Dilma lança programa nacional de educação no campo
RAFAEL MORAES MOURA E TÂNIA MONTEIRO - Agência Estado
A presidenta Dilma Rousseff lançou em 20 de março de 2012, em
cerimônia no Palácio do Planalto, o Programa Nacional de Educação no
Campo (Pronacampo). O programa tem o objetivo de formar professores,
educar jovens e adultos e garantir práticas pedagógicas para reduzir as
distorções no cenário educacional do campo brasileiro. O ministro da
Educação, Aloizio Mercadante, destacou que a iniciativa "vai dar uma
grande contribuição para que o Brasil resgate uma dívida histórica".
"Não temos uma política específica de educação para os jovens que vivem
no campo brasileiro. O Pronacampo tende a reverter essa situação", disse
o ministro.
A presidenta Dilma Rousseff demonstrou, em seu discurso, preocupação,
sobretudo com os pequenos agricultores, da agricultura familiar e
assentados. Segundo ela, parte significativa da população mais pobre
deste País está em áreas de quilombolas ou nas áreas onde não houve
prosseguimento das ações de reforma agrária. Ela destacou a importância
da iniciativa do Pronacampo, que vai preparar os estudantes na sua área,
que é responsável por boa parte do superávit comercial do País.
A presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora
Kátia Abreu (PSD-TO), presente à solenidade, disse que as "políticas
públicas se concentraram no campo apenas com transporte escolar e nada
mais". "São décadas de abandono no campo", disse a senadora, que elogiou
a iniciativa do governo.
Durante a cerimônia, uma mulher com boné do Movimento dos
Trabalhadores Sem Terra (MST) pediu que a escola do campo "seja como a
nossa casa, não como a casa alheia" e entregou à presidente um
dicionário sobre a educação no campo. Da plateia, algumas pessoas
cantaram que "Educação no campo é direito, não é esmola".
Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), no campo, 23,18% da
população com mais de 15 anos é analfabeta e 50,95% não concluiu o
ensino fundamental. O governo quer permitir acesso de 1,9 milhão de
estudantes a bibliotecas escolares, implantar ensino integral em mais de
10 mil escolas, promover formação continuada para mais de 10 mil
professores, oferecer 120 mil bolsas de formação profissional no
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec),
disponibilizar recursos para a construção de 3 mil escolas e aquisição
de 8 mil ônibus escolares. O Programa Nacional do Livro Didático também
deve garantir a distribuição de material sobre a realidade rural para
mais de 3 milhões de estudantes.